
Janeiro Branco é uma campanha nacional criada em 2014. Seu objetivo é conscientizar as pessoas sobre questões ligadas à saúde mental e emocional.
Possivelmente, você já ouviu algo a respeito, não é?
Neste texto, comento por que é preciso ir além desta campanha.
Então, vamos lá?
O primeiro mês do ano foi, então, escolhido por seu simbolismo para esta campanha.
É que, nesta época, as pessoas, geralmente, estão mais dispostas a repensarem suas vidas de forma ampla. Isso inclui, por exemplo, suas relações sociais, condições e sentidos que dão à vida.
Com certeza, toda conscientização sobre saúde mental é bem-vinda!
Contudo, a questão que se coloca é que, quando se trata deste tema, uma campanha pontual não é suficiente.
A campanha Janeiro Branco foi criada ao estilo de outras, tais como Outubro Rosa e Novembro Azul. Certamente, você já ouvir falar sobre elas, não é mesmo?
Elas chamam atenção e mobilizam para exames preventivos. Em geral, feitos uma vez ao ano.
No entanto, para a saúde mental, a ideia é outra e bem diferente. Ela não se relaciona, por exemplo, a exames de prevenção.
Assim, a atenção em saúde emocional não pode ser apenas pontual. Não deve também se restringir a lembretes ou cartazes de campanha. Ela precisa estar presente em nosso dia a dia. E durante o ano inteiro.
Além do Janeiro Branco: Saúde Mental o ano inteiro

Saúde Mental é de janeiro a janeiro. Esta é uma conscientização de iniciativa do Conselho Federal de Psicologia.
Seu objetivo é evitar que a atenção sobre o tema fique restrita a janeiro. Assim, demonstra também uma postura crítica a respeito de campanhas de saúde pontuais e superficiais.
Laço branco em campanha anual realmente não é suficiente para melhorar a saúde mental da população. Por certo, é preciso mais, muito mais.
É preciso lembrar que, segundo dados de 2019 da Organização Mundial de Saúde, o Brasil infelizmente, é o campeão mundial em ansiedade. Posição que não nos orgulha e preocupa.
Embora a psicoterapia seja importante aliada para lidar com o sofrimento, saúde mental vai muito além.
Mesmo com a possibilidade de psicoterapia online, isto infelizmente ainda está longe de significar maior acesso da população à psicoterapia.
Além disso, é bom saber que o investimento em saúde mental requer um olhar amplo.
Ele é um compromisso com a qualidade de vida da população e com políticas públicas articuladas.
Além disso, requer uma visão que realmente abrace a complexidade das questões de saúde mental.
A complexidade que nos mostra que saúde mental não está apenas na “cabeça” das pessoas, mas se faz na concretude de nossa realidade cotidiana.
Saúde mental tem a ver com a garantia dos direitos humanos fundamentais, promoção de igualdade e melhora da qualidade de vida da população.
Tema tão relevante como a saúde mental merece ser tratado em sua complexidade. E isso, sempre – de janeiro a janeiro!